11 de dezembro de 2009

Monumento ao Marechal Gomes da Costa


«O Pôrto não esqueceu o
MARECHAL GOMES DA COSTA
Chefe do Movimento do 28 de Maio
Por Carlos D’Ornelas

(…) Mas o assunto que nos traz aqui hoje a escrever estas mal alinhavadas linhas não é a malfadada política, que só tem servido para separar novas e velhas amizades, é sim, dizer ao público que nos lê, que a cidade do Pôrto se lembrou de que, em Portugal, houve um homem que foi um companheiro de Mousinho; que foi um dos bravos e heróicos combatentes d’África e da Flandres; que foi uma figura prestigiosa no Exército Português e assim tinha jus a uma homenagem aos seus actos e serviços patrióticos: no dia 28 do mês findo mandou a Câmara Municipal do Pôrto desentaipar uma maquete em «staff» - homenagem ao saudoso marechal Gomes da Costa.
Essa maqueta que ficou exposta ao público à entrada da Avenida que tem o nome do heróico Cabo de Guerra, é a do monumento a inaugurar, depois de oficialmente aprovado, e que perpetuará os feitos gloriosos do grande patriota.
Esta manifestação que passou desapercebida do público e que não teve qualquer cunho oficial foi simples mas tocante. É uma maquete para depois se fazer um monumento em granito a duas cores. E assim ficará esse bloco de pedras a atestar a Portugal inteiro o valor do marechal, o valor do seu espírito militar; o valor do valioso guerreiro.
Êsse monumento que representa um gesto de gratidão dos portuenses tem quarenta metros quadrados de base e onze de altura. É pouco para atestar o valor do heróico militar, mas representa a vontade da gente do Pôrto que sabe ser reconhecida.
(…)
O monumento é da autoria do sr. Ponce de Castro e as figuras foram modeladas pelo escultor Armando Correia. Nêle se vê, a cavalo, o marechal, em cabelo, com as costas voltadas para uma figura que simbolisa a vitória e que tem, numa das mãos, erguida ao alto, a espada. Do lado direito vê-se o escudo português, e, do lado esquerdo, o escudo da Ordem dos Templários. É um apreciável trabalho decorativo, que representa, simbolicamente, o arranco do 28 de Maio.

Gazeta dos Caminhos de Ferro, nº1261, 1 de Julho de 1940

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