Foto de 1855. Fotografia trabalhada com pastel. Museu do Chiado. Arquivo Nacional de Fotografia.
in: O Lagar e o "Azeite herculano", Jorge Custódio, ed. Câmara Municipal de Santarém, s/d
Nascido em Lisboa, e ainda na juventude obrigado ao exílio pelo envolvimento em revolta anti-miguelista, desembarca no Porto com os bravos do Mindelo, ganhando louvores como soldado combatente. Mas o seu talento já tinha sido descoberto, e certamente terá influenciado D. Pedro para a criação da primeira biblioteca pública portuguesa, a do Porto, para onde foi nomeado o seu primeiro 2º bibliotecário a 17 de Julho de 1833. Apenas a sua relativa juventude o terá impedido de ser nomeado primeiro responsável. Mas na prática, foi o verdadeiro responsável da criação do acervo inicial da hoje Biblioteca Pública Municipal do Porto, recolhendo pelos conventos da cidade todo o espólio bibliográfico que pode salvar, do furto e da degradação, permitindo recuperar a memória cultural do país.
Demitindo-se por razões políticas, é nomeado bibliotecário da Ajuda onde nas décadas seguintes, e até ao fim da vida, prosseguirá o seu trabalho de, por todo o país, preservar o património cultural, muito dele utilizado como fontes nos seus trabalhos históricos e republicando verdadeiros clássicos da literatura e da historiografia por intermédio da imprensa da Sociedade Propagadora de Conhecimento Úteis.
A oportunidade e missão que abraçou e iniciou na cidade do Porto tornou-se o lema da sua vida, o de recuperar a história e cultura portuguesa, não já nas suas versões apologéticas, mas e pela primeira vez, com carácter científico e de pesquisa, revolucionando, também aí, a forma como os portugueses se viam a si mesmo e às suas origens.
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