Pela manhã do dia 9 de Julho, pouco mais de 7 mil soldados comandados por D. Pedro de Alcantara, ex-imperador do Brasil, ex-rei de Portugal, auto-proclamado «Regente em nome de D. Maria II», sua filha, entra na cidade do Porto, perante alguma indiferença e compreensível receio da população.
No dia anterior, ao saber-se do desembarque daquelas tropas na costa junto ao Porto, as tropas reais, leais a D. Miguel I abandonaram a cidade e reorganizaram-se na margem sul do rio Douro, no que veio a demonstrar-se um grave erro táctico. Na sua saída, foram acompanhadas por inúmeros civis de todos os extractos sociais, por receio dos combates e de represálias, no caso de os liberais virem a dominar a cidade, como sucedeu. Apenas com o decorrer dos persistentes ataques das tropas miguelistas à cidade, indiferentes ao perigo para a população, esta passou a suportar com crescente ânimo e vontade as tropas liberais, durante o longo Cerco do Porto. Por esse sacrifício e apoio, D. Pedro, na sua morte desejou e ofereceu o seu coração à cidade, estando depositado na Igreja da Lapa.
Em memória daquele dia, que na história simboliza o início do fim da tirania miguelista e absolutista e a vitória definitiva do sistema político liberal, existe no Porto a Praça do Exército Libertador, no antigo Largo do Carvalhido, assim designada por deliberação camarária de 28 de Outubro de 1835.
O mais curioso é que se se perguntar a algum portuense onde fica aquela artéria usando a sua designação oficial, certamente nenhum o saberá, a não ser que lá resida. Já se recorrer à antiga denominação de Carvalhido, será certamente bem encaminhado...
É fascinante e ao mesmo tempo sintomático, que 175 anos depois da mudança de designação, ainda persista de forma tão enraizada a antiga toponímia. Não é certamente caso único na cidade, mas talvez seja o mais antigo exemplo de que as alterações de toponímia nunca deverão ser feitas contra o que sejam realidades bem enraízadas no povo. Como era o caso.
1 comentário:
Libertador de quê ? O que fez foi impor a Maçonaria e a subserviência à Inglaterra. Ou não fora dirigido por um mação que se fez imperador do Brasil, ou seja, por um traidor !
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