29 de novembro de 2009

O Jardim Passos Manuel


O Jardim Passos Manuel, situado na rua do mesmo nome, foi inaugurado a 18 de Março de 1908 e demolido em 1938 para a construção do Coliseu do Porto.

Durante trinta anos foi espaço de cultura e divertimento dos portuenses e de todos quantos visitavam a cidade. Dispunha de amplos jardins, com esplanada, uma sala de loto onde hoje se situa o Cinema Passos Manuel, um cinema ao ar livre (os dois outros únicos cinemas ao ar-livre da cidade foram o Cinema do Terço e o Cinema Trindade), uma central eléctrica que fornecia energia ás ruas da zona, um restaurante, quiosque de venda de jornais e revistas, um salão exclusivo para reuniões de negócios, um sala de café-concerto que tinha em permanência orquestra residente e dois sextextos, um clube nocturno, um coreto no jardim onde actuavam bandas filarmónicas e um recreio específico para crianças.








Gondarém


«Na Rua de Gondarém circulava o comboio conhecido como «a máquina», pertencente à Companhia Carris de Ferro do Porto, popularmente chamada de Companhia de Cima, com trajecto com início na Avenida da Boavista, seguindo para a Foz do Douro, Nevogilde e Matosinhos. Depois de deixar a Avenida da Boavista, o comboio seguia pela Ervilha, Rua das Sete Casas, Cadouços, onde existia uma toma-de-água para abastecer a caldeira da locomotiva, entrava no túnel (hoje transitável de automóvel) e continuava pela Rua de Gondarém.»

Avenida Brasil

Antiga via de ligação entre a Foz do Douro e Bouças (Matosinhos), a partir de 1775 aparece com as designações de Carreiro d`Ipia, Carreiro Mau, Molhe de Carreiros, ou simplesmente Carreiros. A República rebaptizou-a de Avenida do Brasil. A abertura da estrada, em 1864, permitiu a construção dos primeiros chalets e casas. O paredão, ou o Molhe, foi projectado em 1838, construído em 1884. Na década de 1920, ergueram-se a Pérgola e a balaustrada e entre 1929-30, foi electrificada a zona do Molhe.

28 de novembro de 2009

O ex-CICAP


Edifício provavelmente construído no século XVII, passou a ser aquartelamento militar em 1762 aquando de uma reorganização das guarnições militares da cidade. Ali estiveram sedeados o Regimento de Infantaria 6, o Batalhão de Metralhadoras 3 e o Centro de Instrução de Condutores Auto do Porto (CICAP).
Em 1975 uma parte do edifício foi entregue à Universidade do Porto e outra parte aos Serviços do Hospital de Santo António. O actual edifício foi construído na 2ª metade do séc. XIX.
Foi sede da Reitoria da Universidade do Porto durante vários anos até à sua transferência para o antigo edifício da Faculdade de Ciências na Praça Gomes Teixeira.
Nas traseiras do edifício que dá para a rua D. Manuel II estão a ser construídas as novas instalações do ICBAS - Instituto Ciências-Biomédicas Abel Salazar, da Faculdade de Farmácia (projecto do arquitecto João Manuel Soares) e Pólo Ambulatório do Centro Hospitalar do Porto (projecto do arq. Ricardo Alegre).



27 de novembro de 2009

Ernesto Chardron

Por Ramalho Ortigão, in «As Farpas», 3º tomo.

«Agosto, 1886

Morreu no Porto o editor Ernesto Chardron, cujo nome ocupa na historia da livraria portuguesa d'este seculo um dos logares mais importantes e mais vastos.

Antigo caixeiro da casa Moré, por alguns anos administrada por Gomes Monteiro, depois da morte do fundador, Chardron teve o prémio grande n'um bilhete da loteria; e foi com esse fundo de acaso, 8 ou 10 contos de reis, que ele se estabeleceu por sua conta e montou a casa editorial que em pouco se tornou famosa.

Entre os frequentadores ordinarios do largo dos Loios e da praça D. Pedro no Porto, Chardron era muito mais celebrado pelos menus dos seus jantares do que pelos catalogos das suas publicações.
Ele foi, com efeito, durante os ultimos vinte anos o homem que melhor comeu na cidade do Porto, onde a gastronomia está longe de se poder considerar á altura do seculo.

Tirem-lhe o arroz dôce, tirem-lhe o arroz de forno, tirem-lhe o peixe frito do Reimão, tirem-lhe as decantadas tripas - especie de dobrada de estilo composito, que se serve dentro de uma terrina em que entra tudo quanto constitui um jantar, desde a sopa até o queijo e a pera - e a cidade do Porto tem esgotado todo o seu reportorio culinario.

Chardron cultivava excepcionalmente a arte das boas ceias planturosas e finas, e era unicamente á sua mesa de celibatario rico, a que ele não reunia senão sabios compatriotas e raros literatos nacionaes arrancados á idolatria da tripa e da orelheira com feijão pela catequese do Café Anglais, que a gente podia, dentro dos muros da cidade invicta, reatar conhecimento com a suculenta galinhola ou com a aromatica perdiz, sucessivamente assada e constipada no espêto, já por um hemisfero já pelo outro, entre as correntes de ar e as baforadas de lume mais sabiamente combinadas para manter no volatil assado e servido a ponto tudo quanto ele pode oferecer de mais requintado e de mais profundo no chorumento suco da polpa, na loura, estalante e fusivel delicadeza da pele.

Era unicamente á comunhão da sua mesa que, ao lado da sagrada particula venatoria, o peregrino encontrava o fino legume de maravilhosa precodidade, a tenra ervilha apenas desmamada da primeira vagem do ano, a pingue alcachofra anodina, a trufa ardente e insidiosa, e o calmante espargo, enquanto na taça das libações corria num fio tépido, aromatico e rubro, um legitimo Bourgogne, ou cahia em granizo um autentico Champagne.

A cozinheira de Chardron só fazia bem o assado. Seu amo não lhe permitia que se achincalhasse tocando em qualquer outro serviço que não fôsse aquele para que a providência manifestamente a destinára, e era unica e exclusivamente como rotisseuse que a empregava.

Quem no Porto sabia fazer os civets, as gibelottes, as matellotes, as ramoulades, era a cozinheira de Genilioux. Chardron, para comer em termos acabara por dividir o jantar em fasciculos, fazendo aparecer a introdução e a primeira parte da obra em casa do seu amigo, a segunda parte e o epilogo em sua casa.

Na escolha dos livros era muito mais latitudinario que na escolha das iguais. O seu deposito de impresso ocupa dois ou tres predios, e é uma cousa assombrosa de variedade e quantidade; - tratados vários; relatorios, regulamentos, manuaes; traduções de Ponson du Terrail, de Montépin, de Eugène Sue, de Frederico Soulié, de Fernandez y Gonzalez, de Legouvé, de luiz Figuier, de perez Escrich, de Lamartine, etc.; compendios, dicionarios, enciclopedias; metodos facilimos, discursos, rudimentos, ocios, repositorios, noticias, elementos, viagens, fantasias, e vidas; sermonarios, alamanques, agendas, albuns, livros de missa, descobertas, maravilhas; e uma serie infindavel de obras devotas e de cartapacios consagrados á classe eclesiastica, como o Tesouro de prégadores, a Vida de Pio IX, o Catecismo exemplificado, a Cerimonia da missa, Ancora da salvação, Discurso ácêrca da religião catolica, Os heroes catolicos, Os jesuitas, A lei de Deus, A hospedaria do anjo da guarda, O maná do sacerdote, Ás senhoras da associação da caridade, etc., etc., etc.

Nada mais interessante para a historia da mentalidade portuguesa durante os ultimos vinte anos do que seguir atravez d'este dedalo de publicações , d'estes centenares de volumes em brochura e em papel, sobre assuntos mais variados, mais diversos e mais contraditorios, o fio da curiosidade publica, medindo a procura de cada obra pelo que resta da respectiva edição no armazem. Recomendo aos sucessores de Chardron esse interessante estudo estatistico.

Além da grande e confusa massa de livros a que me refiro, Chardron teve a honra de editar obras dos nossos primeiros escritores, como Camilo Castelo Branco, Eça de Queiroz e Guerra Junqueiro. Por muitos anos foi ele o editor unico de Camilo, mas tanto este como outros eram já celebres e ilustres quando Chardron lhes imprimiu os livros. Não creio, de resto, que ele proprio os lesse, nem que, lendo-os, encontrasse uma diferença incomensuravel entre o Crime do Padre Amaro - por exemplo - e O maná do sacerdote.

Chardron publicou muitos livros, comprou muitos manuscritos, e foi com todos os escritores da sua convivencia um comerciante honrado, de um espirito conciliador e benigno, de um coração largo. Aqueles cujas obras ele editou, e que lidaram com ele, recordarão por muito tempo a sua jovial fisionomia, como a de um d'esses raros homens alegres, saudaveis e bons, que sabem adoçar a vida no que ela tem de mais aspero, tratando os negocios como se tratam os prazeres, e não sendo menos sérios nos seus contratos do que os maiores massadores d'este mundo. Essa é a bela e simpatica feição que o distingue.

Enquanto a determinar, atravez da publicidade, alguma especial corrente de idéas; emquanto a distinguir e a agrupar em torno de si, na confusa refrega, aqueles que teem de ser os vencedores e os chefes do movimento novo, Chardron não o sabia fazer.

Assim está inteiramente fora do seu plano de editor o fino tacto com que Jorge Charpentier, por exemplo, soube enfeixar a obra de Flaubert, de Zola, dos dois Goncourts, de Maupassant e de Daudet.
Todos os leitores conhecem hoje perfeitamente a afinidade que existe entre esses seis escritores. Charpentier sentiu-a antes que o publico a compreendesse. Eis a habilidade que não teve Chardron»

Ernesto Chardon foi livreiro e editor. Nasceu em França em 1840, falecendo no Porto, em 1885. Fundou no Porto a Livraria Internacional, na Rua dos Clérigos, nº96-98, em 1869. No mesmo local seria, após a sua morte, instalada a livraria Lugan & Genelioux e em 1894 a firma José Pinto de Sousa Lello & Irmão, a qual veio a construir, em 1906, na rua dos Carmelitas nº144 o actual estabelecimento, passando, em 1919, a designar-se por Lello & irmão.

13 de novembro de 2009


Vista da Sé, antiga Porta de Vandoma, processo de demolições, 1939.
Fonte: Arquivo Histórico Municipal do Porto – Casa do Infante

12 de novembro de 2009

As cheias de 1909 - II

(via Portuense)

As cheias de 1909 - I

(foto via Das margens do rio)




«Entre os dias 17 e 25 de Dezembro de 1909, as águas do Douro sobem de nível e a sua corrente arrasta tudo o que encontra.
Em tempo de Natal a tragédia aconteceu. Havia já alguns dias que a chuva caía copiosamente.

Nesse tempo o rio Douro não tinha barragens para lhe moldarem a rudeza do carácter e lhe domesticarem as suas águas bravas.

O Douro apenas obedecia às ordens da sua mãe: a Natureza.

Para portuenses e gaienses o Natal de 1909 foi terrível.
Na Madrugada de 21 de Dezembro detectou-se uma subida do rio, fora do normal. No Cais dos Guindais, no Porto, onde os rabelos descarregavam os produtos agrícolas vindos do Alto-Douro, estava tudo inundado. As balanças e os guindastes para o descarregamento das mercadorias, tinham só a parte superior de fora.

Durante a tarde afundam-se duas barcaças no lado de Gaia, com elas desaparecem os carregamentos que traziam toros de pinheiro e de carvão. Eram horas de expectativa e muita ansiedade. A chuva continuava a cair com intensidade, sem parar. A maré subia e invadia com suas águas os estabelecimentos comerciais e habitações das zonas ribeirinhas do Porto e de Gaia.
Em Gaia mais 11 barcas de carga eram arrastadas pela corrente, acabando por se despedaçarem contra os vapores fundeados no Cais do Cavaco.

Na manhã do dia 22, o mercado ribeirinho da Gaia «fugira» para a Rua Direita. No Porto, a Praça da Ribeira estava meia encoberta de água.

Entretanto, da Régua chegava um telegrama nada animador, que informava que o Douro continuava a crescer. Nesse dia perderam-se mais de 60 barcas de carga, a maior parte foi barra fora. Uma delas, carregada de toros de pinheiro, engatou à passagem nos cabos que seguravam o iate inglês "Ceylon" e levá-lo-ia até à desgraça, não fora a intervenção corajosa de alguns pescadores da Afurada.

Ao fim do dia, no Porto, a Praça da Ribeira, estava submersa. Na noite desse sinistro dia 22 de Dezembro, o céu estava negro, o vento sul soprava demolidor, as águas corriam fortes e barrentas. A medição da velocidade do caudal registava as 11 milhas horárias, entretanto um novo telegrama chegava da Régua, o qual dizia que as águas continuavam a subir, sem parar.

Era a catástrofe.

Às primeiras horas do dia 23, o rio galgava o Muro dos Bacalhoeiros, no Porto. O pânico estava instalado entre os moradores das duas margens do Douro. A força das águas arrastou tudo, a Foz parecia um cemitério de restos de embarcações.
Ao meio-dia, com a preia-mar, o nível do rio estava a cerca de 80 centímetros do tabuleiro inferior da ponte Luís I. È programada a demolição deste com explosivos. Está batido em um metro o recorde das cheias de 1860.

Os episódios trágicos multiplicam-se. No início da tarde, perante os olhares atónitos dos milhares de pessoas que se encontravam nas margens, um pequeno bote faz a sua descida para a morte — no interior apenas um vulto, o de um homem, vindo sabe-se lá donde, de joelhos, as mãos postas a bradar a Deus e aos homens que o salvem. Num repente, defronte da Alfândega, a embarcação vira-se e é engolida, desaparecendo para nunca mais ser vista.
Em Gaia, um comerciante, proprietário de muitas barcas afundadas, enlouquece e dá entrada no Hospital do Conde de Ferreira. As notícias da época falam de suicídios, gente que ficou na miséria e desesperou.

Ao anoitecer do dia 23, a chuva e o vento abrandam.

Na manhã do dia 24 a cheia retrocede. No dia 25 o Sol brilha radioso. Podia-se enfim, dar atenção ao Natal e aos desafortunados moradores ribeirinhos que tinham ficado sem lar.»

11 de novembro de 2009

Teatro Carlos Alberto


Rua das Oliveiras, 42.
Construído nos antigos jardins do Palácio do Barão do Valado, casa onde o rei da Sardenha, Carlos Alberto, se alojara por algumas semanas em 1849, foi o teatro inaugurado a 14 de Outubro de 1897 sob a invocação daquele ex-monarca.
Alugado pela Secretaria de Estado da Cultura nos finais da década de 70 do século XX, adoptou a designação de Auditório Nacional C.A. em 1980 tornando-se durante vários anos um importantíssimo pólo de divulgação de cinema. Tirando proveito da sua actividade que criou um público cinéfilo e especializado, ali decorreram as primeiras edições do festival de cinema Fantasporto.
Encerrado em 2000, foi adquirido pela Sociedade Porto 2001 e reaberto a 15 de Setembro de 2003 sendo actualmente gerido pelo Teatro Nacional de São João.

(foto de Casos e Casos)

Teatro São João


Praça da Batalha.
Teatro Nacional São João, propriedade do pelo Estado desde 1992.
No mesmo local existiu o Real Teatro São João, edificado em 1794 com projecto de Vicente Mazzoneschi. Inaugurado a 13 de Julho de 1798 pelo aniversário do Príncipe Regente D. João (futuro D. João VI). A 11 de Abril de 1908 um vilento incêndio destruiu completamente o teatro, reedificando-se no mesmo local um novo teatro sob projecto do arquitecto Marques da Silva e teve inauguração a 7 de Março de 1920, servindo também como sala de cinema até á sua aquisição pelo Estado.

Teatro Rivoli


Praça D. João I
Construído em 1913, sob o nome de Teatro Nacional, foi totalmente alterado em 1923 adquirindo a actual designação, com adaptação também a espectáculos de cinema, sob projecto do arquitecto Júlio Brito. Encerrado em 1992, reabriu em 1997 após ser adquirido pela Câmara Municipal do Porto e realizadas obras de remodelação sob projecto do arquitecto Pedro Ramalho.

Teatro Sá da Bandeira



Inaugurado em 1877 com o nome de «Teatro Circo do Príncipe Real», modificado em 1887 para «Teatro do Príncipe Real» e uma semana depois da implementação da república (1910) para a actual designação.
Em Julho de 1896 naquela sala de apresentou em Portugal o primeiro filme, pelo método do animatographo com a película «do electricista Sr. Rousby» e Aurélio da Paz dos Reis, em 12 de Novembro do mesmo ano ali apresentou o primeiro filme português.

BalletTeatro Auditório

Praça 9 de Abril, 76

Teatro do Belomonte




Projecto do arquitecto José Manuel Gigante, construído em 1992 para a companhia de Teatro de Marionetes do Porto (fundada em 1988), situado na Rua do Belomonte 57.

Teatro Helena Sá e Costa


Rua da Alegria, 503 (entrada pela Rua da Escola Normal, nº 39)
Propriedade da Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo do Instituto Politécnico do Porto.
Obra (1996) do Arquitecto Filipe Oliveira Dias, edificado no pátio da Escola Normal (edíficio de 1883) e inaugurado em 1999.

Teatro do Campo Alegre





Projecto do Arquitecto Rogério Cavaca. Inaugurado no ano 2000. Propriedade da Fundação da Ciência e Desenvolvimento.
Companhia residente, com contrato até 2015: Seiva Trupe-Teatro Vivo CRL.
Tem Cine-Estúdio.

10 de novembro de 2009

A Nova Indiana


Mercearia fina na Rua de Cedofeita.
De «Irmãos Fernandes Lda» (Américo Azevedo Fernandes e Adriano Fernandes de Azevedo. Encerrou na década de 80 do século XX. (via e informações de TAF)

Farmácia Almeida Cunha Lda

Rua Formosa

Edifício dos Correios - Batalha

Alfândega


Capa de um disco de 1960, vendo-se ao fundo o rio pejado de barcas e o edifício da Alfandega. Fotografia tirada da Rua Jorge Viterbo Ferreira, ao lado dos jardins do Palácio de Cristal, sob a rua da Restauração.

(do blog Ié-Ié)

3 de novembro de 2009

Café Ancora D'Ouro

«CAFÉ ANCORA D’OURO

Neste popularíssimo estabelecimento, ao Carmo, ia-se há dias travando sério conflito.
Eis o caso:
Estavam dois indivíduos jogando as damas, vai senão quando entra um cavalheiro, que não podemos saber quem era acompanhado de uma senhora. Acto contínuo brada um dos jogadores cheio de contentamento:
«Bravo! Sim, senhor. Um porco e uma dama! Está comido, parceiro.
Oh, palavra que disseste! O cavalheiro, que ainda bem não se tinha sentado, dá um pulo como se uma cobra o tivesse mordido no fraco e de um salto posta-se, de rewolver em punho, frente a frente com o seu antagonista, parecendo querer devoral-o só com o olhar. Há grande alvoroto entre os frequentadores. Vêem-se aqui e ali bancos por terra…. É tudo confusão. Cá fora algumas pessoas perguntam o preço da entrada, julgando ser alguma exposição de noivos Liliputianos.
Apparece a policia e procede a averiguações, apprehendendo a arma ao offendido.
Estava n’este ponto a questão, quando rompe do meio da turba uma estridente e prolongada gargalhada.
Todas as physionomias se volveram, procurando com o olhar o insolente que se atrevia a tanto.
O arrojado continuava a rir apontando para o taboleiro das damas que estava sobre um meza, onde momentos antes estavam jogando os promotores da desordem, e… oh céos!....Tudo pasmou.
No taboleiro que por felicidade até ahi se tinha conservado intacto, claramente se via que um dos parceiros tinha dado um poço e feito uma dama.
………………………………………………….
O cavalheiro offendido exigiu da policia o rewolver apprehendido, pois que era a caixa d’um excellente cachimbo que possuía.»


In O Ecco do Povo, Anno 1, nº1, Domingo, 15 de Maio de 1887, Porto

Evocação dos inícios da aviação


Jardins do Palácio de Cristal, homenagem da Força Aérea Portuguesa

«1909-1959 - Desde 1883 destes jardins se elevaram no espaço vários balões livres. Pilotados por aeronautas portugueses e estrangeiros concorrendo assim para a propaganda da aeronáutica em Portugal»

Mobiliário Urbano - XXXIII

Banco de Jardim

Mobiliário Urbano - XXXII

Banco de jardim